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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Simbolismo - Cruz e Sousa


Leia o poema abaixo, de autoria de Cruz e Sousa: 
Tortura Eterna 
Impotência cruel, ó vã tortura! 
Ó Força inútil, ansiedade humana! 
Ó círculos dantescos da loucura! 
Ó luta, ó luta secular, insana! 
Que tu não possas, Alma soberana, 
Perpetuamente refulgir na Altura, 
Na Aleluia da Luz, na clara Hosana 
Do Sol, cantar, imortalmente pura. 
Que tu não possas, Sentimento ardente, 
Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente, 
Por entre as chamas, os clarões supernos. 
Ó Sons intraduzíveis, Formas, Cores!... 
Ah! que eu não possa eternizar as dores 
Nos bronzes e nos mármores eternos! 
(RICIERI, Francine (Org.). Antologia da poesia simbolista e decadente brasileira. São Paulo: IBEP, 2008. p. 55-56. Grafia atualizada.) 

O poema acima aborda a relação entre sentimento e expressão poética. Transcreva a passagem na qual o poeta evoca o material de que se vale em seu ofício.  


Leia o poema de Cruz e Sousa, para responder às questões seguintes
Dilacerações 
Ó carnes que amei sangrentamente, 
Ó volúpias letais e dolorosas, 
Essências de heliotropos e de rosas 
De essência morna, tropical, dolente... 
Carnes virgens e tépidas do Oriente 
Do Sonho e das Estrelas fabulosas, 
Carnes acerbas e maravilhosas, 
Tentadoras do sol intensamente... 
Passai, dilaceradas pelos zelos, 
Através dos profundos pesadelos 
Que me apunhalam de mortais horrores... 
Passai, passai, desfeitas em tormentos, 
Em lágrimas, em prantos, em lamentos 
Em ais, em luto, em convulsões, em dores... 
O poema transcrito apresenta uma associação bastante comum na poesia  simbolista: amor sensual e morte. 
a) Aponte 3 palavras ou expressões que estariam associadas ao amor.                          
b) Aponte 3 palavras ou expressões que estariam associadas à morte.                              
c) Aponte 3 características simbolistas que podem ser identificadas no poema.    


Advérbios - Parte I



1 Identifique os advérbios e classifique-os.
a. Partiu hoje, mas voltará amanhã.
b. Calmamente, expliquei-lhe que não era motivo para choro.
c. Poucos ganham muito e muitos ganham pouco.
d. O orador representou muito bem sua turma.
e. Permanecerei aqui o tempo que for necessário.
f. Talvez eles não voltem logo.
g. Sempre estão alegres, nunca tristes.

2 Informe se o advérbio destacado refere-se ao verbo , ao adjetivo ou a outro advérbio .
Modelo: Ele falou muito bem. — refere-se a outro advérbio
a. Regina tem andado bastante alegre.
b. Essa rua é bem perto daqui.
c. Todos ouviram atentamente as explicações do mestre.
d. O sol estava muito quente, por isso saí logo da praia.
e. Moro perto da escola, mas bem longe do serviço.

3 Informe se a palavra destacada é pronome indefinido ou advérbio.
a. Sabe-se pouco sobre o assunto apesar das muitas pesquisas sobre ele.
b. Muita gente pensa que competir é ganhar.
c. Muitos frequentam a escola, mas poucos são os que estudam.
d. Comemos bastantes frutas.
e. Todos estamos bastante preocupados com os problemas sociais.

4 Identifique o grau dos advérbios destacados.
a. O filho levanta tão cedo quanto o pai.
b. A estrada ficou muito longe daqui.
c. Paulo se expressa melhor do que seu irmão.
d. Agiu corretissimamente .

5 Identifique as locuções adverbiais e classifique-as.
a. Às vezes vem, às vezes não vem.
b. De vez em quando aparece alguém para visitá-lo.
c. Solitário, andava a esmo. De repente surgiu-lhe a ideia de comprar
um presente. Com certeza ela iria gostar e tudo se arranjaria.
d. Ali não havia censura, por isso todos falavam à vontade.
e. Entrou à direita e de longe já avistou a pequena casa branca.
f. “Um dos preceitos do estatuto familiar, em minha casa, era que
rapazes não deviam ficar à toa, por tempo nenhum e a nenhum
pretexto.” (Cyro dos Anjos)

6 Crie perguntas iniciadas com advérbios interrogativos para as afirmações abaixo.
Modelo: Seu tio mora no Ceará . Onde mora seu tio?
a. Seus amigos chegaram ontem.
b. A criança chorou porque perdeu a boneca.

7 Transcreva as frases, substituindo os advérbios destacados por adjetivos adverbializados.
Modelo:Fomos diretamente ao supermercado.
Fomos direto ao supermercado.
a. Falem moderadamente para as crianças entenderem.
b. Vistam-se rapidamente porque estamos atrasados.
c. Falemos seriamente, pois o assunto é importante.
d. Pisem suavemente para que ninguém nos ouça.

8 Informe a classe gramatical a que pertencem as palavras destacadas:
Começou a ficar escuro e ela teve medo. A chuva caía sem tréguas
e as calçadas brilhavam úmidas à luz das lâmpadas. Passavam pessoas
de guarda-chuva, impermeável, muito apressadas, os rostos cansados.
Os automóveis deslizavam pelo asfalto molhado e uma ou outra
buzina tocava maciamente.” (Clarice Lispector)

9 Identifique e classifique as palavras e locuções denotativas.
Modelo: Eliane também foi à festa.
também: palavra denotativa de inclusão
Ele é que sabe tudo.
é que: locução denotativa de realce
a. Só um aluno foi reprovado.
b. Veja só que horror!
c. Aconteceu nesta semana, aliás, na semana passada.
d. Eu lá estou me importando com o que falam?
e. Até uma criança faz isso.
f. Então, gostaram da festa?
g. Preciso de você, quer dizer, preciso de um favor seu.
h. Faz uns dois meses que não como carne.

10 Classifique as palavras e locuções denotativas destacadas.
a. Eu também amarei.
b. Eis o livro que você não encontrou.
c. Todos os alunos fizeram o trabalho, menos um.
d. Você é que sabe viver.
e. Faremos uma prova nesta semana, ou melhor, na semana que
vem.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Verbos - Parte III


Informe a pessoa e o número das formas verbais destacadas.
a. Enquanto vovô bebia sua caipirinha, eu comia os bombons
recheados com licor e, depois de devorar uma caixa inteira, senti
que o mundo rodopiava .
b. Nem sempre fazemos na vida o que queremos , porém é importante
saber esperar, dar tempo ao tempo, como dizem os mais velhos.

Informe o tempo e o modo das formas verbais destacadas.
a. A criança correu antes que a mãe a pegasse .
b. Quando entrei no quarto, a luz já se apagara .
c. Se falares alto, todos receberão a tua mensagem.
d. Ficaríamos presos no elevador por mais tempo, se o zelador não
aparecesse .
e. Espero que volte cedo para que jantemos juntos.
f. Ninguém sabia se ele voltaria ou não.

Informe o modo de cada forma verbal: indicativo , subjuntivo , imperativo .
a. Essa sua história, eu a conheço bem.
b. Anda depressa, senão chegarás atrasado.
c. Se ele chegar cedo, iremos ao cinema.
d. Não sairão sem que seu pai tome conhecimento.
e. Terminaríamos o trabalho hoje, se todos colaborassem .
f. Deixe de se lamentar e lute pelos seus direitos.

Informe a pessoa, o número, o tempo, o modo, o infinitivo e a conjugação das formas verbais destacadas.
Modelo: levanto : 1a pessoa do singular do presente; modo indicativo;
infinitivo: levantar; 1a conjugação
“Mas batem à porta. Levanto o escuro garfo do magro bife, e abro .
Céus, é um empregado da Companhia! Estremeço de emoção. Mas
ele me estende um papel: é apenas o cobrador. Volto ao bife, curvo a
cabeça, mastigo devagar, como se estivesse mastigando meus
pensamentos, a larga tristeza de minha humilde vida, as decepções e
remorsos. O telefone continuará mudo; não importa: ao menos é
certo, senhor, que não vos esquecestes de mim.” (Rubem Braga)

Passe os tempos simples, destacados, para a forma composta.
a. Eles sonharão com as Olimpíadas?
b. A mulher jogara o lixo no terreno baldio.
c. Você mandaria flores ao diretor?
d. Assim que ele telefonar irei ao seu encontro.

Passe as formas verbais compostas para a forma simples.
a. Amanhã elas terão regressado da excursão.
b. O funcionário já havia comunicado sua demissão.
c. Regina teria sido justa com o seu filho?
d. Quando eles tiverem saído , a casa estará vazia.

Identifique as locuções verbais.
a. Estou lendo muito ultimamente.
b. Haverei de encontrar uma solução para este problema.
c. Você terá de trabalhar muito ainda.
d. Ele anda fazendo coisas estranhas.
e. Terei de fazer tudo para você?
f. Eu não posso contar com a ajuda de ninguém.
g. Irei almoçar com uns amigos no próximo domingo.






Verbos - Parte II


1 Identifique os verbos e informe o que eles expressam: ação , estado ou fenômeno da natureza .
a. Chovia e ventava muito. Os guarda-chuvas enroscavam-se uns
nos outros. O mundo estava molhado e sombrio.
b. Devido à seca, os nordestinos abandonam suas terras e partem à
procura de melhores condições de vida.
c. Geou um pouco e o preço do café subiu muito.
d. Enquanto o líder falava, todos permaneciam atentos.
e. “O céu parece de algodão:
O dia morre. Choveu tanto!” (Manuel Bandeira)
f. “O calor não estava mole. Com as ruas da cidade esburacadas e
intransitáveis, por causa do metrô em construção, o tráfego se
arrastava. Chegaram à Rodoviária em cima da hora.”
(Carlos Heitor Cony)

2 Identifique os verbos do trecho.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto feliz.”
(Cecília Meireles)

3 Faça conforme o modelo.
abro — infinitivo abrir; 3a conjugação
a. encontro e. sonhando
b. avisto f. parecem
c. canta g. cumprido
d. pulam h. sinto

4 Separe a terminação que marca o infinitivo dos verbos e descubra o radical.
Modelo: abr ? ir — radical: abr
a. encontrar e. sonhar
b. avistar f. parecer
c. cantar g. cumprir
d. pular h. sentir

5 Informe as terminações das formas verbais.
Modelo: abr ? o — terminação: o
a. encontro e. sonhando
b. avisto f. parecem
c. canta g. cumprindo
d. pulam h. Abrem

6 Informe a pessoa do discurso a que se referem as formas verbais destacadas.
Modelo: Eu abro a janela e o sol bate no meu rosto.
abro — 1a pessoa do singular
bate — 3a pessoa do singular
a. “Tirei o sapato e bati fortemente com o salto no vidro, que se
espatifou num tremendo ruído.” (Fernando Sabino)
b. “De todos, Tito era quem mais batia; desvantagem de ser caçula...
Éramos os mais próximos pela idade, e os outros dois, Miguel e
Édison, sentiam vergonha de sujar as mãos em mim.”
(Carlos Drummond de Andrade)

7 Passe os verbos destacados da 1a pessoa do singular para a 1a pessoa do plural.
a. Às vezes ando pelo centro e observo os prédios antigos.
b. Sinto saudade da infância quando viajo pelo interior.
c. Percebo que me irrito com o individualismo das pessoas.
d. Apoio as mudanças por uma sociedade mais justa.

8 Passe os verbos destacados da 3a pessoa do singular para a 3a pessoa do plural.
a. Ele queria ser alfabetizado.
b. O carro passou lentamente pelo cruzamento perigoso.
c. O pintor quebrou o pincel quando terminava o quadro.
d. O cão revelava sua linguagem pela expressão dos olhos.

9 Identifique a classe gramatical a que pertencem as palavras destacadas.
Conto azul
Eu já escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores. Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.
Até que apareceu uma Comissão de Doutores — os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença ou se...
Mas nós não nascemos interrompeu o cachorro — Nós
fomos inventados!”
(Mário Quintana)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Verbos: só para começar!!! 2º Ano


"Já não dormia, com medo de morrer  de sonhos. Esperava de olhos abertos a ferida com que a luz da manhã a atingia. Assim, depois de passar as noites inquieta entre a respiração das trevas e a inalação do sol, trocava de roupa e ia magistralmente preparar o café da manhã."
 a) O verbo "dormia" é de que conjugação e em que tempo está conjugado?
b) Reescreva a segunda frase do texto, passando os verbos para o Presente do Indicativo.
c) Reescreva a oração "...trocava de roupa e ia magistralmente preparar o café" passando os verbos destacados para o futuro.
d) Responda que verbos derivam dos substantivos abaixo:
# sonhos:
# olhos:
# ferida:
# respiração:

"Seguro era olhar pela janela de vidro! Por isso ele se escondia atrás dos óculos. Protegia-se da luz do dia e da luz de outros olhos. E mantinha à distância o mundo que o agredia. Mas a janela fingia obedecer ao seu comando. Não fechava a qualquer hora e tampouco abria quando ele queria. A janela dos óculos, senhora absoluta de sua própria vontade, só admitia um segundo movimento: arrancá-lo do rosto e pronto! Um dia, apesar dos dois olhos, ele descobriu que bastava uma das mãos para inaugurar o mundo!"
a) Distribua os verbos destacados no texto, na tabela abaixo, de acordo com a conjugação a que pertencem.
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação







b) Os verbos presentes no texto estão conjugados no:
(         ) Presente                  (        ) Pretérito              (         ) Futuro
c) Reescreva a primeira frase do texto, passando o verbo para o Presente.
d) O que era, na verdade, a janela citada no texto?

"De tempos em tempos abria os álbuns de fotografia, para buscar pedaços do que havia perdido. Revisitava idades através de narizes e bocas, para contar um a um os riscos que a espátula dos anos havia desenhado com exatidão. E quando terminava seu ritual de inspeção, escondia-se no quarto para chorar "a falta de". Um dia descobriu, entre atônita surpresa, que suas lágrimas eram coloridas. A partir daí passou a exibir, sem medo, a pintura de seu rosto aquarelado de histórias."
a) Reescreva o texto, passando os verbos para o Presente do Indicativo.

"Sempre quis ser a Emília do Lobato. Sem papas na língua, sem freios na imaginação, com suas perversõezinhas caseiras. Se era de dizer, era mais de fazer. E fez da vida um grande sítio amarelo, onde tudo e todos chegavam e partiam, atraídos pelo exercício do imaginário. E de tanto poder tudo, inclusive ser gente, entrou para sempre no livro da infância eterna."
a) Que verbos podemos derivar de:
# freios:
# exercícios:
# imaginário: 
b) Frases verbais são as frases que têm, pelo menos, um verbo. Frases Nominais, são aquelas que não têm verbo. Retire do texto uma frase nominal.
c) Retire do texto:
# 3 verbos de 1ª conjugação:
# 3 verbos de 2ª conjugação:
# 1 verbo de 1ª conjugação:
d) Os verbos do texto estão conjugados em que tempo?

Leia o texto e responda às questões:
"No Parque
algodão-doce rosa
me faz
acreditar
no cheiro da cor.
Por isso
as flores
algodoadas
do amor
são sempre rosas." (Celso Sisto)

a) O verbo "acreditar" é um verbo de 1ª conjugação, pois termina em -ar. De que conjugção são os verbos "faz" e "são"?
b) Os verbos "faz" e "são" estão no presente, no pretérito ou no futuro?

Leia o texto e responda às questões:
"O forno está
aceso, bem se !
A fogueira milagrosa
vai fazer brotar
do calor
um bolo de amor".  (Celso Sisto)

a) Indique a que conjugação pertencem os verbos destacados no texto.
b) Em que tempo estão conjugados?
c) Reescreva a 1ª frase do texto, passando os verbos para o pretérito.
d) Reescreva a 2ª frase do texto, substituindo a locução verbal "vai fazer" pelo verbo correspondente, no tempo futuro.
e) Há, no texto, um verbo que indica estado? Qual é?
f) Há, no texto, um verbo e uma locução verbal que indicam ação. Quais são?

Fiquei de castigo (Celso Sisto)
Não sei por que estou aqui,
trancado nesse quarto!
Eu só deixei a geladeira aberta,
a cama sem coberta,
uma tarefa incompleta,
uma mentirinha encoberta,
e não achei a palavra certa
para inventar uma história esperta! 

a) Copie os verbos destacados no texto, indicando a conjugação de cada um deles e o tempo em que estão conjugados.
b) Reescreva a 1ª frase do texto, passando o verbo para o pretérito.
c) Reescreva a 2ª frase do texto, passando os verbos para o presente.

No meio de pesadelo e de assombração (Celso Sisto)
No meio da noite
eu caio, eu grito,
perco o sentido,
desmaio ao pé da cama,
no meu quarto,
hospital ambulante
dos feridos de guerra.
Depois vem o dia, pra lembrar
que tudo tudo tudo foi só um treino de arrepiar!
E eu, quase morri de sonhar!

a) Há, no texto, verbos que indicam ação. Transcreva-os.
b) Indique a que conjugação pertencem e em que tempo estão conjugados esses verbos.




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Parnasianismo - 2º Ano




 “Vaso grego”
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

1.       O poema é “fotográfico”, ou seja, faz um recorte da realidade, retratando-as com palavras. Descreva, com suas palavras, o mesmo objeto que o autor descreveu.
2.       O Parnasianismo acentua as impressões visuais. Destaque do texto as impressões visuais transmitidas pelo poeta.
3.       Explique, em relação a esse texto, a impassibilidade, justificando.

 “As pombas”
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüinea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.

4.       O texto é reflexivo, isto é, traduz uma inquietação, exprime uma reflexão a respeito de algo. Qual é o tema dessa reflexão?
5.       O poema organiza-se em duas partes: na primeira, o poeta contempla um fato natural que inspira as reflexões da segunda parte, através de comparações;
a.       Que fato natural o poeta observa?
b.       A que ele é comparado?
c.        Que conclusões o poeta tira dessa comparação? Justifique.
6.       Retire o texto elementos tipicamente parnasianos, e, relação à forma e ao conteúdo, justificando.

Poema “Profissão de fé”
Não quero o Zeus Capitolino
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.

Que outro - não eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.

Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.

Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.

E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.

Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!

Deusa! A onda vil, que se avoluma
De um torvo mar,
Deixa-a crescer; e o lodo e a espuma
Deixa-a rolar!

Blasfemo> em grita surda e horrendo
Ímpeto, o bando
Venha dos bárbaros crescendo,
Vociferando...

Deixa-o: que venha e uivando passe
- Bando feroz!
Não se te mude a cor da face
E o tom da voz!

Olha-os somente, armada e pronta,
Radiante e bela:
E, ao braço o escudo> a raiva afronta
Dessa procela!

Este que à frente vem, e o todo
Possui minaz
De um vândalo ou de um visigodo,
Cruel e audaz;

Este, que, de entre os mais, o vulto
Ferrenho alteia,
E, em jato, expele o amargo insulto
Que te enlameia:

É em vão que as forças cansa, e â luta
Se atira; é em vão
Que brande no ar a maça bruta
A bruta mão.

Não morrerás, Deusa sublime!
Do trono egrégio
Assistirás intacta ao crime
Do sacrilégio.

E, se morreres por ventura,
Possa eu morrer
Contigo, e a mesma noite escura
Nos envolver!

Ah! ver por terra, profanada,
A ara partida
E a Arte imortal aos pés calcada,
Prostituída!...

Ver derribar do eterno sólio
O Belo, e o som
Ouvir da queda do Acropólio,
Do Partenon!...

Sem sacerdote, a Crença morta
Sentir, e o susto
Ver, e o extermínio, entrando a porta
Do templo augusto!...

Ver esta língua, que cultivo,
Sem ouropéis,
Mirrada ao hálito nocivo
Dos infiéis!...

Não! Morra tudo que me é caro,
Fique eu sozinho!
Que não encontre um só amparo
Em meu caminho!

Que a minha dor nem a um amigo
Inspire dó...
Mas, ah! que eu fique só contigo,
Contigo só!

Vive! que eu viverei servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.

Celebrarei o teu oficio
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!

Caia eu também, sem esperança,
Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!

7.       Indique a estrofe em que se torna mais evidente e explicito a projeto estético do poeta. Justifique.
8.  A excessiva preocupação formalista foi muito criticada por autores e críticos posteriores. Destaque do texto passagens que evidencia esse culto a “arte pela arte”

 “A um poeta”
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
é a força e a graça na simplicidade.
9.       No texto, o trabalho poético é pintado como de extremo esforço. Que expressões evidenciam isso. 
10.  Em qualquer um dos poemas acima, destaque exemplos de enjaberment.