Seguidores

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Parnasianismo - 2º Ano




 “Vaso grego”
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

1.       O poema é “fotográfico”, ou seja, faz um recorte da realidade, retratando-as com palavras. Descreva, com suas palavras, o mesmo objeto que o autor descreveu.
2.       O Parnasianismo acentua as impressões visuais. Destaque do texto as impressões visuais transmitidas pelo poeta.
3.       Explique, em relação a esse texto, a impassibilidade, justificando.

 “As pombas”
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüinea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.

4.       O texto é reflexivo, isto é, traduz uma inquietação, exprime uma reflexão a respeito de algo. Qual é o tema dessa reflexão?
5.       O poema organiza-se em duas partes: na primeira, o poeta contempla um fato natural que inspira as reflexões da segunda parte, através de comparações;
a.       Que fato natural o poeta observa?
b.       A que ele é comparado?
c.        Que conclusões o poeta tira dessa comparação? Justifique.
6.       Retire o texto elementos tipicamente parnasianos, e, relação à forma e ao conteúdo, justificando.

Poema “Profissão de fé”
Não quero o Zeus Capitolino
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.

Que outro - não eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.

Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.

Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.

E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.

Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!

Deusa! A onda vil, que se avoluma
De um torvo mar,
Deixa-a crescer; e o lodo e a espuma
Deixa-a rolar!

Blasfemo> em grita surda e horrendo
Ímpeto, o bando
Venha dos bárbaros crescendo,
Vociferando...

Deixa-o: que venha e uivando passe
- Bando feroz!
Não se te mude a cor da face
E o tom da voz!

Olha-os somente, armada e pronta,
Radiante e bela:
E, ao braço o escudo> a raiva afronta
Dessa procela!

Este que à frente vem, e o todo
Possui minaz
De um vândalo ou de um visigodo,
Cruel e audaz;

Este, que, de entre os mais, o vulto
Ferrenho alteia,
E, em jato, expele o amargo insulto
Que te enlameia:

É em vão que as forças cansa, e â luta
Se atira; é em vão
Que brande no ar a maça bruta
A bruta mão.

Não morrerás, Deusa sublime!
Do trono egrégio
Assistirás intacta ao crime
Do sacrilégio.

E, se morreres por ventura,
Possa eu morrer
Contigo, e a mesma noite escura
Nos envolver!

Ah! ver por terra, profanada,
A ara partida
E a Arte imortal aos pés calcada,
Prostituída!...

Ver derribar do eterno sólio
O Belo, e o som
Ouvir da queda do Acropólio,
Do Partenon!...

Sem sacerdote, a Crença morta
Sentir, e o susto
Ver, e o extermínio, entrando a porta
Do templo augusto!...

Ver esta língua, que cultivo,
Sem ouropéis,
Mirrada ao hálito nocivo
Dos infiéis!...

Não! Morra tudo que me é caro,
Fique eu sozinho!
Que não encontre um só amparo
Em meu caminho!

Que a minha dor nem a um amigo
Inspire dó...
Mas, ah! que eu fique só contigo,
Contigo só!

Vive! que eu viverei servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.

Celebrarei o teu oficio
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!

Caia eu também, sem esperança,
Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!

7.       Indique a estrofe em que se torna mais evidente e explicito a projeto estético do poeta. Justifique.
8.  A excessiva preocupação formalista foi muito criticada por autores e críticos posteriores. Destaque do texto passagens que evidencia esse culto a “arte pela arte”

 “A um poeta”
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
é a força e a graça na simplicidade.
9.       No texto, o trabalho poético é pintado como de extremo esforço. Que expressões evidenciam isso. 
10.  Em qualquer um dos poemas acima, destaque exemplos de enjaberment.

3 comentários:

  1. willian snard 2 f. tarde n. 32


    1.

    2.

    3.

    4. os sonhos do coração.

    5. a) o voo dos pombos.
    b) aos sonhos dos nossos corações
    c) que assim como os pombos voam e voltam tambem os nossos corações tem sonhos, as vezes deixam de sonhar, alguns sonhos voltam e outros não....

    6.Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
    Ruflando as asas, sacudindo as penas,

    no verso acima percebemos o uso doenjambement. que é algo comum no parsianismo.

    7.

    8.


    9.Mas que na forma se disfarce o emprego
    Do esforço que a imagem fique como um templo grego

    um templo grego é algo que pede muito esforço para fazer.

    e o proprio poeta fala que essa arte gera esforço.

    10
    Caia eu também, sem esperança,
    Porém tranqüilo,
    Inda, ao cair, vibrando a lança,
    Em prol do Estilo

    .Porque a Beleza, gêmea da Verdade
    Arte pura, inimiga do artifício,

    ResponderExcluir