"Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada." (Cecília Meireles)
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terça-feira, 28 de agosto de 2012
Atividade de Interpretação de Texto com Imagens
Responda:
1) Que resposta o professor esperava ouvir?
2) Como a frases foi interpretada pelo aluno?
3) Qual a crítica implícita na resposta do estudante?
4) Nessa tira de Laerte a graça é conduzida por um deslizamento de sentido. Qual é ele?
5) Descreva esse deslizamento quadro a quadro, mostrando a relação das imagens com o que é dito.
6) Explique o recurso utilizado para caracterizar o modo de falar das personagens da tira.
7) É possível afirmar que esse modo de falar é exclusivo do universo rural brasileiro? Justifique.
domingo, 26 de agosto de 2012
sábado, 25 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Brincadeira - Luis Fernando Veríssimo (2º ANO)
BRINCADEIRA
Começou como uma brincadeira. Telefonou para um conhecido e disse:
- Eu sei de tudo.
Depois de um silêncio, o outro disse:
- Como é que você soube?
- Não interessa. Sei de tudo.
- Me faz um favor. Não espalha.
- Vou pensar.
- Por amor de Deus.
- Está bem. Mas olhe lá, hein?
Descobriu que tinha poder sobre as pessoas.
- Sei de tudo.
- Co-como?
- Sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Você sabe.
- Mas é impossível. Como é que você descobriu?
A reação das pessoas variava. Algumas perguntavam em seguida:
- Alguém mais sabe?
- Outras se tornavam agressivas:
- Está bem, você sabe. E daí?
- Daí nada. Só queria que você soubesse que eu sei.
- Se você contar para alguém, eu...
- Depende de você.
- De mim, como?
- Se você andar na linha, eu não conto.
- Certo
Uma vez, parecia ter encontrado um inocente.
- Eu sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Você sabe.
- Não sei. O que é que você sabe?
- Não se faça de inocente.
- Mas eu realmente não sei.
- Vem com essa.
- Você não sabe de nada.
- Ah, quer dizer que existe alguma coisa pra saber, mas eu é que não
sei o que é?
- Não existe nada.
- Olha que eu vou espalhar...
- Pode espalhar que é mentira.
- Como é que você sabe o que eu vou espalhar?
- Qualquer coisa que você espalhar será mentira.
- Está bem. Vou espalhar.
Mas dali a pouco veio um
telefonema.
- Escute. Estive pensando melhor. Não espalha nada sobre aquilo.
- Aquilo o quê?
- Você sabe.
Passou a ser temido e respeitado. Volta e meia alguém se aproximava
dele e sussurrava:
- Você contou pra alguém?
- Ainda não.
- Puxa. Obrigado.
Com o tempo, ganhou uma reputação. Era de confiança. Um dia, foi
procurado por um amigo com uma oferta de emprego. O salário era enorme.
- Por que eu? – quis saber.
- A posição é de muita responsabilidade – disse o amigo. – Recomendei
você.
- Por quê?
- Pela sua discrição.
Subiu na vida. Dele se dizia que sabia tudo sobre todos mas nunca abria
a boca para falar de ninguém. Além de bem-informado, um gentleman. Até que
recebeu um telefonema. Uma voz misteriosa que disse:
- Sei de tudo.
- Co-como?
- Sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Você sabe.
Resolveu desaparecer. Mudou-se de cidade. Os amigos estranharam o seu
desaparecimento repentino. Investigaram. O que ele estaria tramando? Finalmente
foi descoberto numa praia distante. Os vizinhos contam que uma noite vieram
muitos carros e cercaram a casa. Várias pessoas entraram na casa. Ouviram-se
gritos. Os visinhos contam que a voz que se ouvia era a dele, gritando:
- Era brincadeira! Era brincadeira!
Foi descoberto de manhã, assassinado. O crime nunca foi desvendado. Mas
as pessoas que o conheciam não têm dúvidas sobre o motivo.
Sabia demais.
Luís Fernando Veríssimo. Comédias da Vida Privada. Porto Alegre:
L&PM, 1995, p.189-91)
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Todo texto narrativo apresenta uma personagem principal, à qual
se dá o nome
de protagonista. Quando já uma personagem que se opõe às ações e
aos
interesses do protagonista, ela é chamada de antagonista. No início do
texto,
vemos que o protagonista “Descobriu que tinha poder sobre as pessoas”.
a) O que as pessoas temiam?
b) Qual dos itens seguintes traduz o tipo de poder que
supostamente o protagonista tem?
( ) poder econômico
( ) poder político
( ) poder da informação
c) Quais das frases abaixo confirmam sua resposta anterior?
( ) “Sei de
tudo”
( ) “Daí nada. Só queria que você soubesse que eu sei.”
( ) “Se você andar na linha, eu não conto.”
2) Procure no dicionário o significado
da palavra impostor.
Impostor é
a) De acordo com a definição acima,
você diria que o texto narra a história de um
impostor? Por quê?
3) Há, a seguir, três falas de pessoas a quem a personagem central
disse “saber
de tudo”.
“ – Me faz um favor. Não espalha”.
“ – Alguém mais sabe?”
“ – Escute. Estive pensando melhor. Não espalhe nada sobre aquilo.”
Compare essas frases e conclua: mais do que a própria verdade, o que de
fato preocupa as pessoas?
4) Graças ao “silêncio”, o protagonista ocupa cargos de confiança
e “sobe na
vida”. Até que um dia as coisas mudam.
a) Qual dos ditos populares a seguir traduz a nova situação vivida
pelo protagonista.
( ) Antes tarde do que nunca.
( ) O feitiço virou contra o feiticeiro.
( ) Os últimos serão os primeiros.
b) No caso das vítimas, desconhecemos o segredo que elas
guardavam. Contudo, no caso
da protagonista, sabemos qual é o seu segredo. O que supostamente é o
“tudo”
mencionado pela “voz misteriosa”?
c) O protagonista tem poder sobre as demais pessoas porque
supostamente tem
informações sigilosas sobre elas. Contudo, a partir do momento em que
ele se torna vítima
de sua própria “brincadeira”, quem passa a dominar
quem?
5) Quais dos itens seguintes, sintetizam as idéias principais do
texto? São dois.
a) Ter informações exclusivas equivale a ter poder sobre as
pessoas.
b) Melhor do que guardar segredos é não ter informações.
c) As pessoas geralmente guardam algum tipo de segredo que as
compromet socialmente.
d) A sociedade se organiza a partir de um jogo de aparências, de
falsos papéis sociais;
nesse jogo, a aparência vale mais do que a verdade.
ATIVIDADES GRAMATICAIS
1) Homônimos são palavras que possuem a mesma
pronúncia (às vezes, a mesma grafia), mas significações diferentes. Parônimos são
palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas com significações diferentes.
Com base nestas explicações, e com a ajuda do dicionário, complete corretamente
a cruzadinha a seguir.
a) O protagonista do texto era ____________________ em
enganar as pessoas. (experto – esperto)
b) Os amigos enganados ____________________ o colega de
trabalho. (absolveram – absorveram).
c) Antes mesmo do ____________________ ele dizia: “eu sei de
tudo” (comprimento – cumprimento)
d) Depois de desmascarado, apanhou tanto que teve o
_____________ fraturado (externo – esterno)
e) Não era _________________ no que fazia, tinha
experiência. (incipiente – insipiente)
f) Pela sua __________________ será promovido na
empresa. (descrição – discrição)
g) “gentleman”: palavra do inglês que significa “homem
fino”, _____________ (cavaleiro – cavalheiro)
h) Fazia uma ________________ fiel dos segredos que as
pessoas guardavam. (discrição – descrição)
Ensaio sobre a cegueira - José Saramago (3º ANO)
Oi turma
Como combinamos a atividade deve ser feira e entregue hoje, façam em duplas, tá?!
Boa atividade e lembre-se que é avaliativa!
Como combinamos a atividade deve ser feira e entregue hoje, façam em duplas, tá?!
Boa atividade e lembre-se que é avaliativa!
O
aspecto das ruas piorava a cada hora que ia passando. O lixo parecia
multiplicar-se durante as horas nocturnas, era como se do exterior, de algum
país desconhecido onde ainda houvesse uma vida normal, viesse pela calada despejar aqui os contentores, não fosse
estarmos em terra de cegos veríamos avançar pelo meio desta branca escuridão as carroças e os caminhões
fantasmas carregados de detritos, sobras, destroços, depósitos químicos,
cinzas, óleos queimados, ossos, garrafas, vísceras, pilhas cansadas, plásticos,
montanhas de papel, só não nos trazem restos de comida, nem sequer umas cascas
de frutos com que pudéssemos ir enganando a fome, à espera daqueles dias
melhores que sempre estão para chegar. A manhã vai ainda no princípio, mas o
calor já se sente. O mau cheiro desprende-se da imensa lixeira como uma nuvem
de gás tóxicos, não tarda que apareçam por aí umas quantas epidemias, voltou a
dizer o médico, não escapará ninguém, estamos completamente indefesos[...].
José
SARAMAGO, Ensaio sobre a cegueira.
1ª QUESTÃO
Sobre
o trecho acima, assinale a alternativa correta.
A)
A fala do médico, no fim do trecho sintetiza a total descrença no ser humano
transmitida pelo romance de Saramago,
uma vez que nele se demonstra a impossibilidade de a humanidade sobreviver a
uma situação catastrófica que viesse a demolir a sociedade tal como a
conhecemos.
B)
Ao descrever o impacto que a produção industrial tem sobre o meio ambiente, o
texto denuncia a completa ineficácia do
avanço científico para construir uma sociedade melhor. Por isso, é correto
afirmar que Ensaio sobre a cegueira vai contra a tecnologia e a ciência.
C)
A cidade é apresentada como um espaço de degradação de toda forma de vida,
motivo pelo qual os
personagens
centrais pensam em fugir para o campo,
onde poderiam viver dignamente. Quanto a este
aspecto,
há uma idealização da natureza que permeia todo o romance.
D)
O texto baseia-se em dados científicos para construir uma hipótese razoável
sobre como se comportaria uma sociedade tomada por uma cegueira repentina. Tal
atitude investigativa se repete por todo o livro e é um dos aspectos que
explicam sua qualidade de ensaio
2ª QUESTÃO
Ainda
sobre o trecho de Ensaio sobre a cegueira transcrito acima, assinale a
alternativa correta.
A)
O uso da primeira pessoa do plural em trechos como em ”não fosse estarmos em
terra de cegos veríamos avançar pelo meio desta branca escuridão” indica que o
narrador participa como personagem da ação narrada no romance.
B)
O uso de termos banais como ”depósitos químicos”,”óleos queimados”,”vísceras”,”plásticos”,”lixeira”,”gás
tóxico”,”epidemias”,entre
outros, configura um texto descencantado e despido de toda a estética
literária.
C)
O trecho apresenta algumas características bastante peculiares do estilo
narrativo de Saramago, tais como o
uso
de períodos longos, a presença do discurso indireto livre e a alternância
constante de foco narrativo.
D)
No final do excerto, a palavra ”Não” usada em maiúscula, logo depois de vírgula
, tem a função de realçar e
de
acentuar todo o negativismo com que o médico analisa as chances de a humanidade
sobreviver.
3ª QUESTÃO
Qual
alternativa não condiz com o que se passa no livro Ensaio sobre a cegueira, do
escritor português José Saramago?
a)
Os acontecimentos do livro ganham velocidade pela maneira do autor escrever,
com poucos pontos, muitas vírgulas e utilizando um discurso corrente;
b)
A falta de ancoragem temporal e espacial é intensificada pelo anonimato dos
seres e personagens que agem de forma irracional, tomados pelo instinto de
sobrevivência;
c)
A obra é marcada pelo sofrimento. Nela se descreve uma longa tortura de uma
sociedade caótica e sem regras na qual a razão, a lógica, a sensibilidade e a
noção de direito são renegadas;
d)
O livro mostra o poder dos mais fortes, impondo uma forma autoritária de
governo, fazendo essa ordem aproximar-se do universo da loucura, no limiar da
insanidade;
e)
O romance tem as marcas usuais da historicidade, nelas a cultura portuguesa do
século XX é referência, especialmente mostrando a interferência das guerras
civis nas determinações do governo.
4ª QUESTÃO
“Assim
está o mundo feito, que tem a verdade muitas vezes de disfarçar-se de mentira
para chegar
aos
seus fins”.
O
excerto acima foi retirado do romance Ensaio sobre a cegueira, de José S a r a
m a g o . A s s i n a l e a
alternativa
incorreta em relação a essa obra que foi recentemente adaptada para o cinema,
por
Fernando
Meirelles:
a)
pode-se identificar tendências anti-humanas presentes na estruturação do
capitalismo;
b)
na narrativa, a alegoria da cegueira representa um sintoma de alienação do
homem em relação a
ele
próprio, tornando-se semelhante a uma mercadoria;
c)
no ensaio, organizar-se é, de certa forma, ter olhos, por isso os personagens
dão tanta importância
à
humanização;
d)
o romance descreve uma longa tortura, uma situação desesperadora e caótica que
induz à reflexão
sobre
a natureza humana;
e)
o aparecimento de um personagem cego escritor revela uma preocupação com a
história humana e
com
a permanência da memória perante o esquecimento promovido pela barbárie.
5ª QUESTÃO
Sobre
a obra O ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, marque a alternativa
incorreta e justifique as corretas.
a) A obra destaca a visão de humanidade que
temos na atualidade e desafia esta visão a sustentarse em meio ao caos de uma
tragédia.
b) Há a utilização de um narrador onisciente e
onipresente, e assim o leitor pode apreciar todos os
ângulos
dos acontecimentos.
c) Na obra, há a exposição dos personagens a
dificuldades extremas, como que para
testar suas
reações
diante das situações.
d) O tema da cegueira é abordado principalmente
para discutir a delicada questão dos deficientes
visuais
e dos problemas que eles enfrentam na sociedade, sofrendo discriminações.
e) Há características da Escola Realista na
obra.
6ª QUESTÃO
Quanto
à estruturação da narrativa de Ensaio sobre a cegueira, assinale a alternativa
INCORRETA.
a)
Em meio ao fluxo narrativo, há passagens de intenso lirismo, não só pelo
arranjo das palavras, mas
também
pelas imagens que elas sugerem.
b)
As falas são colocadas entre vírgulas, o que exige muita atenção do leitor.
c)
O autor utiliza poucos pontos finais.
d)
Não há ordem cronológica para os fatos narrados.
e)
Os parágrafos são poucos.
7ª QUESTÃO
“A
mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua
coberta de lixo, para as pessoas que gritavam e cantavam. Depois levantou a
cabeça para o céu e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo
súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.”
(Ensaio
sobre a cegueira, de José Saramago)
Analise
os personagens mais significativos do livro/filme e a relação deles com a
“cegueira”
8ª QUESTÃO
Explique
porque os personagens são anônimos, sem nome.
9ª QUESTÃO
Comente:
O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz
lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os
perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente
de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos
maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Num ponto onde
se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os
olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do
escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu:
"uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
10ª QUESTÃO
Transformar o livro“Ensaio sobre a cegueira” em filme foi
difícil. Um dos elementos mais bonitos dessa transformação é a passagem do
tempo. Explique como ela é apresentada.
11ª QUESTÃO
Comente
o discurso do Ministério da Saude:
Atenção! Atenção! Atenção! O Governo
lamenta ter sido forçado a exercer energicamente o que considera ser seu
direito e seu dever, proteger por todos os meios as populações na crise que
estamos a atravessar, quando parece verificar-se algo de semelhante a um surto
epidêmico de cegueira, provisoriamente designado por mal-branco, e desejaria
poder contar com o civismo e a colaboração de todos os cidadãos para estancar a
propagação do contágio, supondo que de um contágio se trata, supondo que não
estaremos apenas perante uma série de coincidências por enquanto inexplicáveis.
A decisão de reunir num mesmo local as pessoas afetadas, e, em local próximo,
mas separado, as que com elas tiveram algum tipo de contato, não foi tomada sem
séria ponderação. O Governo está perfeitamente consciente das suas
responsabilidades e espera que aqueles a quem esta mensagem se dirige assumam
também, como cumpridores cidadãos que devem ser, as responsabilidades que lhes
competem, pensando que o isolamento em que agora se encontram representará,
acima de quaisquer outras considerações pessoais, um ato de solidariedade para
com o resto da comunidade nacional. Dito isto, pedimos a atenção de todos para
as instruções que se seguem, primeiro, as luzes manter-se-ão sempre acesas,
será inútil qualquer tentativa de manipular os interruptores, não funcionam,
segundo, abandonar o edifício sem autorização significará morte imediata,
terceiro, em cada camarata existe um telefone que só poderá ser utilizado para
requisitar ao exterior a reposição de produtos de higiene e limpeza, quarto, os
internados lavarão manualmente as suas roupas, quinto, recomenda-se a eleição
de responsáveis de camarata, trata-se de uma recomendação, não de uma ordem, os
internados organizar-se-ão como melhor entenderem, desde que cumpram as regras
anteriores e as que seguidamente continuamos a enunciar, sexto, três vezes ao
dia serão depositadas caixas de comida na porta de entrada, à direita e à
esquerda, destinadas, respectivamente, aos pacientes e aos suspeitos de
contágio, sétimo, todos os restos deverão ser queimados, considerando-se
restos, para este efeito, além de qualquer comida sobrante, as caixas, os
pratos e os talheres, que estão fabricados de materiais combustíveis, oitavo, a
queima deverá ser efetuada nos pátios interiores do edifício ou na cerca, nono,
os internados são responsáveis por todas as conseqüências negativas dessas
queimas, décimo, em caso de incêndio, seja ele fortuito ou intencional, os
bombeiros não intervirão, décimo primeiro, igualmente não deverão os internados
contar com nenhum tipo de intervenção do exterior na hipótese de virem a
verificar-se doenças entre eles, assim como a ocorrência de desordens ou agressões,
décimo segundo, em caso de morte, seja qual for a causa, os internados
enterrarão sem formalidades o cadáver na cerca, décimo terceiro, a comunicação
entre a ala dos pacientes e a ala dos suspeitos de contágio far-se-á pelo corpo
central do edifício, o mesmo por onde entraram, décimo quarto, os suspeitos de
contágio que vierem a cegar transitarão imediatamente para a ala dos que já
estão cegos, décimo quinto, esta comunicação será repetida todos os dias, a
esta mesma hora, para conhecimento dos novos ingressados. O Governo e a Nação
esperam que cada um cumpra o seu dever. Boas noites.
sábado, 4 de agosto de 2012
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