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quinta-feira, 24 de março de 2011

Romantismo!


Aaaah...como é bom ser romântico, não é? Como é maravilhoso podermos mostrar nossos sentimentos de forma livre...
Sensibilidade à flor da pele...essa é uma característica do Romantismo. Escola Literária do século XIX que apresenta características ligadas à valorização da individualidade, ao sentimentalismo, à supervalorização do amor, ao subjetivismo, à valorização da terra natal, dentre muitas outras.

Que tal conhecermos um pouco mais? Para exemplificar, temos a obra Senhora, de José de Alencar. o enredo do romance pode ser assim resumido: Aurélia é uma moça pobre que vive com a mãe e o irmão no subúrbio. O irmão morre, ela conhece Fernando Seixas e ambos combinam casar-se. Entretanto, Fernando é surpreendido pela morte do pai, o que soma algumas dívidas às que ele já possuía. Ele abandona Aurélia em troca de um dote de 30 contos de réis oferecido pelo pai de Adelaide Amaral, moça apaixonada e correspondida por Torquato Ribeiro.
A chegada inesperada de uma herança oferece a Aurélia a oportunidade de tentar resgatar o antigo noivo e também a de se vingar. A jovem milionária faz uma estranha proposta de casamento a Seixas: em troca de um dote de cem contos de réis, ele se casaria com uma moça jovem e bonita, cuja identidade seria mantida em sigilo até o dia da união.
Acuado pelas dívidas, fernando a aceita. Quando, no dia do casamento, descobre que a noiva era Aurélia fica surpresa e feliz ao mesmo tempo, mas a moça chama-o de oportunista.

Será que o casal Seixas e Aurélia conseguirá ser feliz e continuar juntos?
Para que você possa ver um pouquinho mais do livro, que tal lermos alguns trechos?

“— Como tardaste, Aurélia! disse ele queixoso.

— Tinha um voto a cumprir; quis emancipar-me logo de uma vez para pertencer toda a meu único senhor; respondeu a moça galanteando.

— Não me mates de felicidade, Aurélia! Que posso eu mais desejar neste mundo do que viver a teus pés, adorando-te, pois que és a minha divindade na terra.

Seixas ajoelhou aos pés da noiva; tomou-lhe as mãos que ela não retirava; e modulou o seu canto de amor, essa ode sublime do coração, que só as mulheres entendem, como somente as mães percebem o balbuciar do filho.

A moça com o talhe languidamente recostado no espaldar da cadeira, a fronte reclinada, os olhos coalhados em uma ternura maviosa, escutava as falas de seu marido; toda ela se embebia dos eflúvios de amor, de que ele a repassava com a palavra ardente, o olhar rendido, e o gesto apaixonado.

— É então verdade que me ama?

— Pois duvida, Aurélia?

— E amou-me sempre, desde o primeiro dia que nos vimos?

— Não lho disse já?

— Então nunca amou a outra?

— Eu lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaram a face de outra mulher, que não fosse minha mãe. O meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para ti...

Soerguendo-se para alcançar-lhe a face, não viu Seixas a súbita mutação que se havia operado na fisionomia de sua noiva.

Aurélia estava lívida, e a sua beleza, radiante há pouco, se marmorizara.

— Ou de outra mais rica!... disse ela retraindo-se para fugir ao beijo do marido, e afastando-o com a ponta dos dedos.

A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.

— Aurélia! Que significa isto?"

(...)

"Seixas ergueu nos braços a formosa mulher, que ajoelhara a seus pés; os lábios de ambos se uniam já em férvido beijo, quando um pensamento funesto perpassou no espírito do marido. Ele afastou de si com gesto grave a linda cabeça de Aurélia, iluminada por uma aurora de amor, e fitou nela o olhar repassado de profunda tristeza.

— Não, Aurélia! Tua riqueza separou-nos para sempre.

A moça desprendeu-se dos braços do marido, correu ao toucador, e trouxe um papel lacrado que entregou a Seixas.

— O que é isto, Aurélia?

— Meu testamento.

Ela despedaçou o lacre e deu a ler a Seixas o papel. Era efetivamente um testamento em que ela confessava o imenso amor que tinha ao marido e o instituía seu universal herdeiro.

— Eu o escrevi logo depois do nosso casamento; pensei que morresse naquela noite, disse Aurélia com um gesto sublime.

Seixas contemplava-a com os olhos rasos de lágrimas.

— Esta riqueza causa-te horror? Pois faz-me viver, meu Fernando. É o meio de a repelires. Se não for bastante, eu a dissiparei.'"

Então pessoal, o que acharam?
Espero que tenham AMADO! rsrs...
Depois posto mais algumas coisinhas sobre Romantismo.
Até mais...




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